sábado, 3 de maio de 2025

O milagre da manhã - Hal Elrod

 Mais uma obra que nos estimula a mergulhar nas profundidades do nosso ser: "O milagre da manhã" foi escrito por Hal Elrod, após uma tragédia pessoal.
Em dezembro de 1999, Hal Elrod, ao retornar de um passeio noturno em sei carro, com a namorada, foi surpreendido por outro motorista bêbado que perdeu a direção na estrada e atingiu seu veículo em cheio.
Hal sobreviveu com várias sequelas e demorou para se recuperar. Mas algo de bom resultou dessa experiência - "O milagre da manhã" - e trago essa resenha agora!


Um dos conceitos mais importantes que absorvi dessa leitura foi o de responsabilidade versus culpa. No caso de Hal, em nenhum momento, ele deixa de salientar que o motorista bêbado era o culpado pela gravidade de sua situação - afinal Elrod estava preso em uma cama de hospital, com o corpo em frangalhos após um acidente automobilístico ocasionado por um etilista irresponsável, capaz de transformar um carro em uma arma - e que poderia ter destruído sua vida. Mas a reponsabilidade de ressignificar aquela situação era de Hal: afinal, ele não podia ficar se vitimizando para o resto da vida. Buscar justiça - SIM, se entregar a lamentações por sua aparente incapacidade temporária: JAMAIS! 
Outras premissas fundamentais para sua recuperação vão brotando como pérolas ao longo da leitura, como por exemplo: "o sucesso é algo que você atrai pela pessoa que se torna."
Eu particularmente acredito que o sucesso se atrai, quando finalmente descobrimos QUEM REALMENTE SOMOS! E descobrir quem somos está condicionado ao desejo de superar a mediocridade e vivermos nosso potencial pleno.
Hal aponta alguns fatores como preponderantes para superação da mediocridade: superar a Síndrome do Espelho Retrovisor (o hábito de constantemente olhar para o passado), encontrar um propósito de vida, responsabilizar-se pela realidade que cocria, livrar-se de seu círculo de influências medíocres, buscar o desenvolvimento pessoal e o autoconhecimento com afinco, reconhecer suas crenças limitantes, sentimentos não qualificados e instintos primitivos e substituí-los por racionalidade e autocontrole.
E quando falamos em autocontrole estamos nos referindo a saber identificar quais são nossos gatilhos, quais memórias negativas estão por trás deles e como ressignificá-las para que elas não sejam as condutoras das nossas vidas.
Mas como faremos tudo isso? Simples: ACORDANDO CEDO!
Hal nos ensina que devemos estabelecer nossas intenções antes mesmo de nos deitarmos para dormir a noite. Ele também nos apresenta um cronograma de atividades para realizarmos bem cedo, ao acordarmos, que denomina de "os salvadores de vida".
Esses salvadores são novos hábitos que introduzimos em nossas rotinas, com a finalidade de nos reprogramarmos mentalmente, são eles:
- Silêncio: que pode incluir as práticas de meditação, ou oração;
- Afirmações positivas;
- Visualizações: imagens do que se deseja cocriar;
- Exercícios físicos: caminhada, corrida, barra, flexões, abdominais, yoga...
- Leitura: algo que estimule seu autodesenvolvimento;
- Escrita: caderno da gratidão, diário.
Mas porque praticar esses hábitos salvadores da vida bem cedo? Antes mesmo do sol nascer? 
A explicação é simples: quando acordamos muito cedo e estamos ainda sonolentos, nosso subconsciente permanece "mais aberto" a essas autossugestões que vêm integradas nessas práticas, as afirmações positivas por exemplo são mais facilmente assimiladas nessa fase em que estamos ainda despertando.
Mas cada um pode criar seu próprio roteiro, sem seguir exatamente o que Hal sugere. Eu mesmo tenho meu próprio método, que depois de muito tempo testando, fez mais sentido para mim e funciona muito bem. Evoluí muito desde que comecei a praticar o milagre da manhã e recomendo a quem estiver interessado em buscar sua evolução como ser humano.

Bora fazer parte dos 5% que fazem a diferença na humanidade? Aqueles 5% de seres humanos que não se contentam com uma vida medíocre, pautada na necessidade de sobreviver, que quer desfrutar do que há de melhor e viver em sua plenitude?
Então boa leitura! Que essas páginas te inspirem e te conduzam pela senda do florescimento espiritual!!!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

As cinco feridas emocionais - Lise Bourbeau - Ferida da TRAIÇÃO

Finalmente, depois de muito tempo retornei trazendo a resenha sobre a "ferida da traição". Tal demora se deve ao fato de que essa ferida em particular me custou um tempo a mais de reflexão e internalização de seu conceito.



A definição de traição parece algo simples. É o contrário de ser fiel: ser leal é cumprir seus compromissos, é acima de tudo ser devotado. Quando a confiança é destruída, podemos ser vítima da traição.
De acordo com Lise Bourbeau, a ferida da traição é vivida em nossa primeira infância com o genitor do sexo oposto (abro um parêntese aqui, porque na minha interpretação não ocorre necessariamente dessa forma). Segundo a escritora, toda criança sobretudo entre os dois a seis anos, "apaixona-se" pelo genitor do sexo oposto ou pela pessoa que desempenha esse papel, pois é nessa idade que sua energia sexual se desenvolve.
O parêntese que fiz acima se relaciona com o fato de que enxergo as relações afetivas entre pais/mães, filhas/filhos através do prisma da polaridade, do gênero - polo masculino e polo feminino. Na minha experiência por ser menina, busquei em meus genitores o meu polo oposto - o polo masculino - e ambos o tinham. Interessante que, minha genitora era uma mulher bastante masculina e meu genitor já era um pouco mais equilibrado quanto a essa questão, de maneira que os dois, ao meu ver despertaram essa ferida em mim, com intensidades diferentes, mas ainda sim o fizeram.
Essa dinâmica "edipiana" quando mal resolvida durante a juventude, acaba afetando as relações afetivas e sexuais do adulto, pois este tenderá a comparar ou criar expectativas irreais quanto ao seu parceiro amoroso, por causa do que não recebeu do seu pai ou sua mãe. Então, essa pessoa passará a sentir mais dificuldade de se entregar completamente em um relacionamento.
Quando a criança começa a viver experiências de traição, cria para si uma máscara para se proteger, como no caso das outras feridas - essa máscara é a do controlador.
Quanto ao comportamento e as atitudes do controlador, a força é uma característica comum a todas as pessoas que possuem a ferida da traição (e isso inclui força física). É importante para elas exibir força e coragem. Muito exigentes consigo mesmas, querem mostrar aos outros que são capazes. Percebem todo ato de covardia como uma traição. Têm muita dificuldade em aceitar a fraqueza dos outros. Ressalto que a ferida da traição é despertada no controlador sempre que ele está diante de uma pessoa relapsa em seus deveres.
Têm a tendência a confiar com mais facilidade nas pessoas do mesmo sexo que ele e de vigiar e controlar mais as do sexo oposto. 
Meninas podem se sentir traídas pelos genitores na infância, quando ao serem castigadas pelas mães não são defendidas pelos pais. Filhas de mães narcisistas e pais omissos carregam esse estigma consigo.
Todo tipo de atitude imprevisível da parte do genitor costuma criar um sentimento de traição na criança do tipo "controlador".
Pais controladores agem mais em função da própria reputação do que visando a felicidade dos filhos. Tentarão convencê-los de que é para o seu bem, mas eles não são tolos. Pais controladores querem fazer escolhas e tomar decisões pelos filhos, enquanto pais que realmente se importam, procuram saber o que realmente faria sua prole feliz, através de diálogo e empatia genuína.
Pessoas com a ferida da traição sofreram com o fato do genitor do sexo oposto não cumprir seu compromisso de acordo com as expectativas que a criança tinha do que é ser um pai/mãe ideal. Por exemplo: um pai/mãe responsável, comprometido, protetor, afetuoso, etc.
O portador da máscara de controlador deve compreender que controlar é conduzir, administrar ou governar sob a influência do medo. Dirigir é a mesma coisa, mas excluindo-se o medo: é dar uma direção sem necessariamente querer que a outra pessoa chegue lá à nossa maneira.
Dito isso, essa ferida pode ser positivamente trabalhada através da autoconsciência e transmutada em um atributo positivo: a liderança. Bons líderes sabem dirigir, conduzir empaticamente os seus liderados rumo ao sucesso, sob os auspícios do respeito e consideração mútuas, bem como da lealdade.
No campo das relações afetivas e sexuais, o controlador tenderá a ter problemas pois idealizou de tal forma o seu genitor, que nenhum parceiro é capaz de corresponder às expectativas dessa pessoa. Sua ferida da traição pode conduzir a dois extremos opostos: a necessidade de ter muitos amantes ou a negação completa da sexualidade - pois ele nunca se satisfará totalmente com um parceiro.
Das doenças que podem se manifestar no controlador, as mais comuns são: agorafobia, problemas nas articulações, perda de controle corporal, paralisias, problemas no sistema digestivo, doenças de natureza inflamatória, herpes - todas doenças relacionadas a baixa imunidade, pois o controlador vive estressado em virtude de sua hipervigilância, o que faz seu organismo liberar cortisol em excesso o que compromete seu sistema imune.

Curar a ferida da traição em nós consiste em primeiramente nos perdoarmos pelas expectativas que criamos com relação ao genitor e não foram alcançadas, pelo raiva que sentimos deles por isso e pela culpa que surge posteriormente. Quando crianças éramos incapazes de nos autorregular, mas hoje como adultos, é plenamente possível abraçarmos o ser ferido que vive dentro de nós e deixarmos o passado para trás.

Uma observação que considero pertinente é a de que vejo no comportamento controlador bastante do "narcisismo", o que me leva a crer que o indivíduo narcisista possui um Complexo de Édipo extremamente mal resolvido e isso acaba se transformando em um transtorno.
Penso que homens abusivos, possessivos e autoritários, são fruto de uma má educação por parte de suas genitoras que não souberam impor limites a esses filhos mimando-os, ou, os maltrataram demais.

Por isso creio que demorei para trazer essa resenha, pois compreender a profundidade dessa ferida e como ela é bastante comum em nossa sociedade, principalmente entre os homens, me provocou profundas reflexões sobre o papel das mães na educação dos filhos.

 Por fim, desejo a todos uma ótima leitura!!!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

O poder de cura dos chakras - Tori Hartman

Vamos mergulhar nessa obra de autoconhecimento que nos levará a entender os chakras e entrar em contato com suas energias?
Em "O poder de cura dos chakras", a americana Tori Hartman nos conduz a um relacionamento com nossos chakras que é único e pessoal, através de exercícios lúdicos que nos permitirão trabalhar com a energia desses vórtices, nos inspirando, motivando e oferecendo uma maneira totalmente nova de ver o mundo.
Mas, o mais importante: desenvolveremos a capacidade de mudar nossas vidas e das pessoas ao nosso redor. 
Então, bora pra resenha!!!



Chakra é uma palavra em sânscrito traduzida como "círculo" ou "roda". Os sete centros de chakras presentes em nosso corpo são vórtices de energia em constante movimento. No sistema ocidental, os chakras correspondem às cores do arco-íris. O primeiro localiza-se na base da coluna vertebral; os demais se elevam pelo interior do corpo físico até o último, situado logo acima do topo da cabeça e chamado chakra da coroa ou cornonário.
Cada um deles vibra com uma frequência específica e quando associados a práticas de meditação, operam como instrumentos que nos põem em relação com os reinos angelicais. Cada roda de energia tem associações mente-corpo-espírito específicas.
Quando descobrimos esses meridianos de energia e sabemos como operam, entramos mais facilmente em sintonia com nossa energia vibracional emocional, física e espiritual. O resultado é uma paz interior natural, com uma harmonia genuína que poucas pessoas realmente desfrutam na vida.
É necessário entender que os chakras como conhecemos, em sua maioria (se não todos), evoluíram das práticas (ou crenças, ou estudos) de intuitivos, sensitivos e monges. Para estes estudiosos orientais, o trabalho com esses centros de energia consistia em transcender o corpo humano e ascender a cada chakra até por fim alcançar o nirvana - liberando o corpo celestial no último deles (o coronário) - traduzindo: para a tradição oriental evoluir consiste em "passar" pelos chakras e libertar-se do corpo físico.
Na tradição Ocidental, trabalhamos os chakras para manifestarmos paz em nossa realidade física (o que no meu ponto de vista faz mais sentido, como seres encarnados que somos e que ansiamos por uma vida material de maior plenitude).

Primeiro chakra: Muladhara - chakra raiz - cor: vermelho - órgãos: sexuais.


O chakra raiz é o chakra das crenças, relacionado a família - é o vórtice da força criadora.
Nossa família contribui para a formação do nosso alicerce que são nossas crenças - essas crenças, se forem limitantes, vão bloquear nosso poder criativo.
Trabalhar esse chakra, desbloquear, limpar, nos liberta de tudo que nos impede de cocriarmos nossa realidade sem as limitações inseridas em nosso subconsciente pelo convívio familiar (por exemplo a crença de que "o dinheiro é a raiz de todos os males") . Portanto, passamos a manifestar uma vida mais plena, próspera e abundante, pois a nossa essência anseia por tudo que é bom, belo e que nos traga alegria.
O desequilíbrio de Muladhara pode manifestar problemas e doenças na região pélvica e nos órgãos sexuais.

Segundo chakra: Svadhishthana - chakra umbilical - cor: laranja - órgãos: glândulas adrenais, sistema urinário, sistema imunológico.


O chakra umbilical é o chakra das emoções, relacionado ao significado que atribuímos a nossas experiências - é o vórtice ligado a nossas memórias afetivas e também aos traumas.
Quando ele está bloqueado, desequilibrado, manifestaremos estados emocionais perigosos: como emoções extremas e imaturas, indiferença ou angústia emocional.
Fisicamente teremos problemas de saúde relacionados aos rins, próstata, bexiga, bem como problemas de fertilidade.
As glândulas adrenais também podem ser afetadas, liberando mais cortisol que o normal o que produz grande estresse.
O equilíbrio desse chakra nos faz transcender o sofrimento emocional. Esse sofrimento é fruto de dois grandes medos: o de perder o que temos e o de não conseguir o que queremos (isso pode estar relacionado a vivências passadas também).
Na interpretação mais moderna do segundo chakra, a lei da atração equipara a emoção à manifestação. O potencial do nosso segundo chakra portanto, é a evolução emocional que nos leva a maturidade e a manifestação de uma vida repleta de sentimentos positivos.

*Uma observação interessante a fazer antes de passarmos para o próximo chakra é a de que o desenvolvimento do Svadhishthana, depende diretamente do desenvolvimento do Muladhara - porque para desenvolvermos uma base emocional sólida, precisamos de boas raízes. Quem viveu em um ambiente familiar com pais abusivos (raiz=valores familiares) dificilmente vai se desenvolver emocionalmente de forma madura (mágoas, raiva=emoções imaturas, densas). 

Terceiro chakra: Manipura - chakra do plexo solar - cor: amarela - órgãos: sistema digestivo, pâncreas, fígado.


O chakra do plexo solar é o chakra dos instintos, relacionado a nossas reações primitivas de luta ou fuga - é o vórtice que também está ligado ao "agir de modo racional" quando em equilíbrio.
Cabe salientar que agir de modo racional não quer dizer se tornar uma pessoa fria e calculista, mas sim, ter autocontrole quanto às nossas emoções. Pois emoções imaturas, não racionalizadas, despertam instintos primitivos em nós e consequentemente nos conduzem a atitudes prejudiciais que visam tão somente a autopreservação. 
O desequilíbrio desse chakra manifesta doenças relacionadas ao sistema digestivo como: pancreatite, diverticulite, Doença de Cronh e síndrome do intestino irritável.
Quando vivemos ou crescemos em um ambiente tóxico e temos nossos mecanismos de luta ou fuga constantemente ativados, esse chakra se desequilibra facilmente - ou seja - para mantê-lo desobstruído, precisamos buscar ou criar um ambiente que seja favorável, mais tranquilo e pacífico. 
Uma vez que nossas decisões em geral se baseiam em nossos sentimentos, saber distinguir emoções maduras das imaturas nos proporcionará a autoconsciência necessária e uma presença de espírito que se manifestará na força de nossas intenções, essas intenções, lançadas ao Universo como um meteoro criam e manifestam nossos desejos mais sinceros.
Enfrentar o que  quer que se apresente na vida e manter-se inabalável, eis a energia associada ao Manipura em equilíbrio. Viver em plenitude e não mais em função da sobrevivência, eis o lema desse chakra.

*É importante observar que o desenvolvimento do Manipura, depende diretamente do Svadhishthana - porque para controlarmos nossos instintos primitivos, precisamos saber diferenciar nossas emoções: as maduras, das imaturas. Quem não se desenvolveu emocionalmente de forma madura, dificilmente vai saber controlar seus instintos primitivos diante das vicissitudes da vida, sentindo-se constantemente ameaçado e amedrontado, reagindo sempre no modo "luta ou fuga" e nunca de modo racional diante das circunstâncias.

Quarto chakra: Anahata - chakra cardíaco - cor: verde - órgãos: coração, timo.


O chakra cardíaco é o chakra que transcende o ego. Os três primeiro chakras estão respectivamente relacionados a nossas crenças, emoções e instintos, caracterizando questões relacionadas a mente humana, a materialidade. 
O Anahata é o vórtice da autoconsciência, da conexão com nosso Eu Superior e com o próximo, ou seja, da espiritualidade.
" A vida que criamos nos três primeiros chakras define se a nossa serpente interna está a nosso serviço ou se nós estamos a serviço dela."  Entenda-se serpente interna como energia interna, fogo interior ou kundalini. Ou seja, se nossa energia interior está completamente voltada à satisfação do ego, estamos mais materializados, mais densos energeticamente. Porém, quando começamos a trabalhar o charkra cardíaco, uma ponte entre os três primeiros chakras (ego) e os três últimos (espiritualidade) se forma - por isso seu símbolo é o Hexagrama, ou Estrela de Davi - uma ponta voltada para cima e outra para baixo. A partir daí estaremos mais conectados com nosso Eu Superior, dominaremos nossas tendências instintivas e a razão passará a reinar e dirigir nossas decisões, sutilizando nossa energia interior.
O desequilíbrio desse chakra pode desencadear problemas cardíacos, pulmonares e imunidade baixa (o timo é responsável pela produção de linfócitos T que atuam na defesa do organismo).
Desenvolver o Anahata nos reconecta com nossa Essência Divina, nosso Eu Verdadeiro que é luz. Nós coloca em contato com a Inteligência Cósmica e com as demais almas, também conectadas a essa teia divina. Dessa forma, nossa capacidade de manifestação com base em nossos anseios mais profundos e puros torna-se potencializada, tudo passa a fluir com mais alegria e facilidade no nosso dia-dia.
Desenvolva esse chakra através de exercícios de meditação e contemplação, e observe a magia acontecer em sua vida!

Quinto chakra: Vishuddha - chakra laríngeo - cor: azul turquesa - órgãos: garganta, boca, língua, sistema respiratório.


O chakra laríngeo é o chakra da comunicação, da expressão e da manifestação da verdade do nosso coração.
O Vishuddha em equilíbrio nos proporciona níveis mais elevados de discernimento, uma vez que dá voz aos desejos do coração - estes são frutos do desenvolvimento do chakra anterior, o cardíaco.
Percebe como os vórtices estão conectados? 
O quinto chakra refletirá quem nós somos, e portanto, o que nós atrairemos em função disso, ou seja, ele funciona de acordo com a lei da atração.
Se não estamos em contato com a verdade do nosso coração (nossos desejos mais profundos, relacionados ao propósito de vida que o Divino tem para nós) nos tornamos frustrados pois manifestamos uma realidade contrária a isso.
Para este compreender o funcionamento desse chakra a premissa: "Conhece-te a ti mesmo e conhecerá o Universo e os deuses" é fundamental. Quando não nos conhecemos o suficiente e cocriamos uma realidade de vida indesejada, passamos a incriminar os outros e o resultado disso é viver preso em um ciclo de culpabilizar as pessoas e circunstâncias externas pela vida que manifestamos.
O desequilíbrio desse vórtice pode manifestar-se fisicamente através de doenças da garganta (faringite, amidalite), problemas na tireóide, distúrbios na fala, nos dentes e na coluna cervical.

Sexto chakra: Ajna - chakra frontal - cor: azul índigo - órgãos:  olhos, seios nasais, ouvidos e glândula pituitária/hipófise.


O chakra frontal é o chakra da intuição. 
O Ajna em equilíbrio nos proporciona a oportunidade de recuperar nossa autoconfiança imergindo cada vez mais em nossa intuição - e ela se dirige a nós em mensagens crípticas.
Quando dominamos algo na vida, ou seja, quando adquirimos experiência em uma determinada área, adquirimos uma capacidade preditiva que está diretamente relacionada a esse vórtice. Essa intuição nos leva ao sucesso, porém, observando em nossas vidas momentos em que não alcançamos o sucesso, há necessidade de investigarmos a preexistência de um "acordo oculto".
"Acordos ocultos" estão relacionados a nossa incapacidade de distinguirmos nossas vivências passadas e perspectivas futuras, do caminho de outras pessoas  que exercem influência sobre nós - podendo ser ancestrais, familiares, amigos ou companheiros. Esses acordos bloqueiam nossa intuição e afastar-se de pessoas nocivas e de suas atitudes pode ser a maneira de realmente prosperar na vida.
O sexto chakra reúne todas nossas angústias que podem advir de acordos ocultos e, se desenvolvido, as transmutamos em propósitos de vida. Se tivermos coragem para lidar com as questões do sexto chakra, que envolvem dor, dificuldades e cura, essa coragem é recompensada: o que recebemos em retorno são as oportunidades muito além do que havíamos imaginado.
O desequilíbrio do ajna pode se manifestar fisicamente através de dores de cabeça, problemas da visão, insônia e falta de clareza.

Sétimo chakra: Sahasrara - chakra da coroa - cor: violeta ou neutro - órgãos: sistema nervoso e glândula pineal.



O chakra coronário se situa no topo da cabeça e está relacionado a nossa intimidade com o Divino. Através do seu desenvolvimento despertamos para o amor que o Universo tem para nos dar e isso se traduz em felicidade na nossa realidade exterior.
A incapacidade de se relacionar com o vórtice da coroa pode indicar falta de conexão e empatia pelos outros. A falta de conexão forma uma energia estagnada que quase sempre ocorre quando ressentimentos familiares pendentes se mantém ativos no sexto chakra, impedindo essa união com o Divino. Abrindo-nos à relação com o Universo, Deus, Deusa, Poder Superior (como você queira chamar) é que suavizamos quaisquer sentimentos desajustados.
O sétimo chakra portanto é o da iluminação, da unificação. Nas práticas originais com os chakras adotadas pelos monges, o único objetivo era unir-se e manter-se unido a Deus.
Os distúrbio físicos relacionados ao desequilíbrio de Sahasrara são: mal de Parkinson, mal de Alzheimer, paralisia, epilepsia, esclerose múltipla e câncer. Geralmente essas enfermidades levarão o portador a depender de terceiros para se cuidar.
De todos, esse é o vórtice mais transcendental. Desenvolvê-lo nos conduzirá a um estado de felicidade sustentável: que procede de uma verdadeira intenção de evoluir através dos nossos desafios humanos para o reino mais alto - uma verdadeira ascensão à consciência de Deus, vivendo o legado que viemos cumprir na Terra.
O que pode impedir a ascensão ao Sahasrara são os padrões repetitivos, pois, a evolução dos chakras está relacionada à integração de nossas experiências de vida - cada parte da nossa história faz parte do nosso "mapa". A medida que nos afastamos da ideia de que precisamos resolver nossas angústias, deixamos de transformá-las no combustível que se torna nosso propósito de vida - que é o verdadeiro poder de Sahasrara - nosso propósito de vida, ou seja nossa missão perante a sociedade, nos reconecta ao Divino em nós!

Finalizando: durante a jornada de leitura dessa obra, realizei sequências de 21 dias de meditação para alinhamento, limpeza e consequente desbloqueio de cada chakra (utilizando as pedras e cristais de cada um). 
A escritora ensina alguns métodos bem interessantes no livro, mas preferi fazer meditações guiadas pelo Youtube - e deu certo também.
Foi como percorrer uma estrada sinuosa, cheia de desafios. Mas o resultado final está sendo recompensador: quando entrei na minha própria "noite escura da alma" ou no verdadeiro legado energético que recebi e, a medida que não fui mais me ressentindo não só pela "herança energética" que recebi mas também pela que cocriei, esse foi o momento em que acendi a minha "tocha olímpica" pessoal.

"Ninguém se torna iluminado imaginando figuras de luz, mas sim tornando a escuridão consciente" - Carl Jung.

Durante esse processo tive catarses profundas, imensos desafios se manifestando em minha realidade material, como pro exemplo uma doença repentina misteriosa que me deixou em um quarto de isolamento no hospital. Mas tudo isso era o expurgo emocional, todo o lixo que foi empurrado para as profundezas do meu inconsciente durante anos, vindo a tona e finalmente sendo transmutado.
Essa trajetória não acaba por aqui, porque a evolução, a expansão de consciência nos faz querer buscar mais e mais o caminho da luz!

Boa leitura a todos!

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Como matei minha querida família - Bella Mackie

Continuando a saga "autores britânicos" nesse blog, eu gostaria muito de ressaltar: não é de propósito!
De fato, creio que estamos vivendo um "hype" muito grande na publicação desses autores. E é coincidência que ultimamente eu tenha me interessado por livros aleatórios da Grã-Bretanha.
Vamos ao que interessa: "Como matei minha querida família" é uma obra de ficção da jornalista Bella Mackie - não, não é a história de uma assassina da vida real, tipo Suzane von Richthofen. Mas é interessante e possui uma reviravolta crucial lá pela metade do livro. Então, bora pra resenha:


Grace Bernard é uma jovem, filha de mãe solteira, que perde a genitora  na adolescência para um câncer fatal. A garota então vai morar com a melhor amiga da mãe, Helene, e com o passar dos anos começa a nutrir um intenso desejo de vingança direcionado à família do pai e ao próprio pai que abandonara sua mãe grávida.
A bilionária família Artemis seria então alvo de suas tramas homicidas - ao longo de alguns meses, Grace articula e executa sozinha o assassinato de seus avós paternos Kathleen e Jeremy, de seu primo Andrew - filho de seu tio Lee, que ela também executa, da madrasta Janine e por último a meia-irmã Bryony.
A perspicácia de Grace no que diz respeito ao planejamento bem como a execução das mortes é típica de uma psicopata fria e calculista e a autora não faz questão nenhuma de camuflar esses traços de sua personalidade. Grace se revela ao leitor ao longo da trama de maneira nua e crua. Todas as nuances de uma personalidade antissocial são detectáveis ao longo da narrativa: pouquíssimos amigos por ocasião de sua baixa habilidade socioafetiva e incapacidade de se conectar emocionalmente com o próximo, necessidade de isolamento social, dificuldade de sentir empatia ou remorso, comportamento manipulador e egocêntrico - todos esses aspectos são oriundos de sua baixa inteligência emocional.
Pretendo não dar spoilers, mas, das seis mortes uma me chocou e comoveu bastante e vou narrá-la aqui.
Após assassinar os avós, Grace parte no encalço de seu primo Andrew Artemis. Um jovem estudante que havia decidido abrir mão de viver em meio ao luxo e a fortuna de sua família e partido rumo a uma vida simples, dedicando-se ao estudo de anfíbios, mais precisamente do veneno alucinógeno potente produzido pela rã-kambô.
Habilmente a garota começa a se envolver em atividades voluntárias em um santuário de sapos onde Andrew atuava e aproximando-se do primo, sob o pretexto de aprender mais sobre o tema, começa uma amizade.
Uma noite ambos resolvem tomar um pouco de vinho no deque do santuário a noite e, empolgados, decidem testar os efeitos do Kambô. Após a aplicação do veneno de rã na pele, Grace um pouco entorpecida, consegue derrubar Andrew do deque - ele também estava em estado de torpor pelo efeito do alucinógeno - e o afoga no lago, sem um pingo de empatia. Quando termina, segue para sua casa sem o menor remorso.
O que ela não sentiu de pena, nem de arrependimento, eu acabei sentindo! Meu Deus, como simpatizei com Andrew, uma rapaz tranquilo, doce e de boas intenções. Confesso que essa morte mexeu tanto comigo que tirei um tempo da leitura para o luto (é sério, não digeri bem o comportamento de Grace com relação ao primo). As ficções também sensibilizam a gente...
Como eu havia dito no início da resenha, uma reviravolta nos aguarda na metade no livro. Grace é presa! mas não pelos assassinatos da família Artemis e sim pelo homicídio de Caroline (que ela não cometeu), a noiva de seu melhor amigo - se é que podemos defini-lo dessa forma - Jimmy.
O final é igualmente surpreendente. Mas não vou dar o spoiler completo - só vou contar que ela sai da prisão e descobre outro meio-irmão, que atrapalha seus planos de requerer sua herança bilionária - afinal ele sabe o que Grace fez no verão passado!

Toda leitura nos causa uma reflexão e dela, tiramos nossas conclusões.
Penso que muitos de nós viemos de famílias tóxicas, assim como a de Grace, narcisista ou sociopata.
Mas a solução de fato, por pior que seja a família, nunca é exterminá-la. Mas sim, afastar-se dela impondo o contato zero, realizando um luto em vida.
Quem veio de uma família tóxica, na realidade jamais teve família.
O que caracteriza um lar não é o laço consanguíneo entre as pessoas que vivem nele, mas o afeto que os seus componentes partilham.
Grace poderia ter simplesmente entrado na justiça, pedido um teste de DNA e pleiteado a parte que lhe cabia na fortuna dos Artemis. Mas sua falta de inteligência emocional a compeliu a eliminá-los. Ela imaginou que fosse sair completamente impune, mas não passou por sua cabeça que havia um perseguidor silencioso em seu encalço, à espreita de cada passo seu - um irmão igualmente psicopata ao meu ver, mas com um pouquinho mais de domínio sobre seus próprios impulsos.
Enfim, para mim fica a lição de que quando se trata de uma família tóxica, a maior vingança é buscarmos o nosso sucesso relegando-os ao lugar de insignificância que eles merecem, porque a vida é muito maior e mais bela e não devemos desperdiçá-la ocupando nossos pensamentos com um bando de psicopatas.

Boa leitura!!!

segunda-feira, 6 de maio de 2024

A ciência de ficar rico - Wallace D. Wattles

 Essa resenha tem a mesma finalidade do livro: ser um guia pragmático destinado a pessoas que querem enriquecer primeiro e filosofar depois. Muitos de nós não têm tempo, meios ou oportunidade para estudos mais profundos de metafísica, mas desejamos resultados e estamos dispostos a aceitar as conclusões da ciência como base para ação, sem precisar conhecer os processos por meio dos quais as conclusões foram alcançadas.

Então, senta que lá vem resenha: o resumo abaixo é uma cópia do último capítulo do livro, que resume a obra de Wallace Watlles de maneira a tornar o conteúdo fácil de assimilar e memorizar. Gravar essas informações no subconsciente é essencial para mudar paradigmas internos e com isso, manifestar uma realidade mais próspera em nosso exterior.

"Existe uma matéria pensante da qual todas as coisas são feitas, e que, em seu estado original, penetra e preenche todos os interespaços do Universo.
Um pensamento, nessa substância, produz a coisa imaginada por ele. O homem pode formar coisas em seu pensamento e, ao imprimir esses pensamentos à substância informe, pode fazer com que seja criada a coisa na qual pensou.
Para fazer isso, o homem deve passar da mente competitiva para a mente criativa, do contrário não pode estar em harmonia com a Inteligência Informe, que é sempre criativa e nunca competitiva em essência.
O homem pode alcançar harmonia completa com a Substância Informe, conservando uma gratidão viva e sincera pelas bênçãos que ela lhe concede. A gratidão faz com que a mente do homem se una à inteligência da Substância, de modo que os pensamentos dele sejam recebidos pela "Informe". O homem só pode se manter no plano criativo unindo-se à Inteligência Informe por meio de um sentimento profundo e constante de gratidão.
O homem deve formar uma imagem clara e precisa das coisas que deseja ter, fazer ou ser, e deve manter essa imagem ou pensamento, sendo ao mesmo tempo profundamente agradecido ao Supremo pela realização de todos os seus desejos. O homem que quer ficar rico deve passar suas horas de lazer contemplando sua visão e agradecendo sinceramente o fato de estar recebendo a realidade. É extremamente importante a contemplação frequente da imagem mental, aliada a fé inabalável e à gratidão sincera. Este é o processo pelo qual a imagem é enviada à Informe, e que ativa as forças criativas.
A energia criativa funciona por meio dos canais estabelecidos do crescimento natural e da ordem industrial e social. Tudo o que está incluído nessa imagem mental certamente será trazido para o homem que segue as instruções e cuja fé jamais vacila. O que ele deseja lhe será dado por intermédio da indústria e do comércio.
Para receber o que lhe pertence, no momento que chegar, o homem deve ser ativo, e essa atividade só pode consistir em ser maior do que o lugar que ele ocupa. Deve manter na memória o Propósito de ficar rico por meio da realização dessa imagem mental. E deve fazer, a cada dia, tudo o que puder fazer nesse dia, cuidando para que cada ato seja feito com perfeição e sucesso. Deve dar a cada homem o valor de uso maior do que o valor em dinheiro que dele recebe, de modo que cada transação signifique mais vida, e deve manter o Pensamento Avançado de que a impressão de Crescimento será transmitida a todos aqueles com quem ele entrar em contato.
Os homens e mulheres que seguirem essas instruções certamente ficarão ricos, e as riquezas que receberem terão a proporção exata da clareza de sua visão, da firmeza de seu propósito, da solidez de sua fé e da profundidade de sua gratidão."

Espero que essa síntese lhe aguce a curiosidade e que você sinta a comichão intelectual que eu senti, e que me levou a procurar pelo livro que inspirou Ronda Byrne a escrever "O Segredo" - ou seja, "A ciência de ficar rico" é o segredo, por trás do "Segredo", risos.
Há muitos anos atrás Ronda Byrne me influenciou muito positivamente e agora, Wallace Wattles me conduz a um aprofundamento maior na lei da atração. Me sinto mergulhando de corpo e alma nesse processo de despertar da consciência e convido você a vir comigo! Portanto, boa leitura!!!

sexta-feira, 12 de abril de 2024

O cérebro das pessoas felizes - Ferran Cases e Sara Teller

Assim como o livro tema da resenha anterior (A biblioteca da meia-noite) essa obra foi adquirida da prateleira que fica no caixa do mercadinho da minha cidade - SIM, o mercadinho tem uns livros incríveis!
"O cérebro das pessoas felizes" dos autores Ferran Cases e Sara Teller é uma obra de neurociência, mas também de autoajuda. Ferran é um escritor espanhol, ansioso por natureza, que resolveu relatar sua trajetória de lutas contra seu transtorno de ansiedade e Sara é uma neurocientista, que nos conduz pelos meandros dos mecanismos cerebrais por trás dos comportamentos de Ferran: intercalando os relatos das experiências de vida do escritor, com as explicações científicas da doutora, essa leitura nos proporciona de maneira objetiva e didática uma compreensão de como nosso cérebro funciona, nos conferindo poderes que só o conhecimento é capaz de nos conceder!
A resenha abaixo também será simples e didática, para que assim você se sinta atraído por aprofundar-se nessa leitura, que já adianto, fez muita diferença para mim!



A última evolução do nosso cérebro ocorreu há uns 100 mil anos, portanto ele ainda é primitivo e está tendo de se adaptar muito rapidamente  as mudanças tecnológicas que estamos vivendo e que nos induzem a estímulos contínuos - isso gera ansiedade e estresse. 

O estresse é uma resposta natural e fisiológica do nosso organismo que age de acordo com o seguinte mecanismo: diante de um estímulo sensorial muito intenso ou uma "ameaça" - este é processado na região cerebral chamada amídala - nossos circuitos neurais mandam um sinal ao hipotálamo, que manda um sinal à hipófise, que manda outro às glândulas adrenais, que segregam adrenalina, noradrenalina e cortisol, fazendo o corpo se preparar para a luta ou a fuga - e dessa forma reagimos de maneira rápida diante do estímulo (ameaça) SEM PENSAR MUITO.

O estresse é caracterizado por uma ansiedade generalizada, prolongada por um bom tempo. Em geral nos sentimos estressados diante de situações que percebemos não ter recursos suficientes para enfrentá-las. Ser exigente demais consigo mesmo ou procurar ter tudo sob controle são ações do cérebro que visam garantir nossa sobrevivência, porém o estresse contínuo pode ter o efeito contrário: intoxicado de cortisol, o organismo passa a ter o sistema imunológico prejudicado e aumenta nossa probabilidade de adquirir enfermidades.

Pessoas ansiosas vivem dominadas pelo MEDO e as decisões dos ansiosos são canalizadas por essa emoção específica. Quando nos encontramos nesse estado de ansiedade buscamos satisfação em curto prazo: motivados pela busca do prazer e para escapar da dor.
Se nossos pais sofrem de ansiedade, teremos de 30 a 40% de probabilidade de sermos ansiosos também. Teremos mais riscos mas isso não é condicionante, porque o cérebro é mutável graças a neuroplasticidade. Quarenta por cento do que somos (temperamento) é herdado geneticamente, o restante (personalidade) é formado a partir das experiências vividas. A personalidade é formada por um padrão de comportamentos que advém da repetição de pensamentos e condutas, que reforçam as conexões responsáveis por eles: o cérebro interpreta como real aquilo que pensamos. Se eu elucubrar continuamente sobre a mesma coisa da mesma forma, esse caminho neural, com o passar do tempo passa a ser ativado automaticamente pois o cérebro é preguiçoso e gosta de fazer sempre as mesmas coisas com intuito de economizar energia e sobreviver.
O cérebro prefere sobreviver a ser feliz.  

Diante disso, é importante tomar consciência de quais hábitos ou programas mentais automatizados estão nos destruindo ou são limitantes e tentar trocá-los por outros que nos beneficiem. Graças a neuroplasticidade isso é possível.

Por trás da constante busca por prazer e fuga da dor há a dinâmica da recompensa imediata: o cérebro libera um neurotransmissor do prazer, a dopamina, que é responsável não só pela motivação que nos impulsiona em nossas tarefas do dia a dia, mas também pela motivação que empregamos na busca pelo prazer contido nos vícios, na alimentação carregada de açúcares e gorduras, pelo sexo desenfreado, etc.
O controle sobre nossos impulsos primitivos, que visam buscar apenas satisfação imediata, tem relação com a atividade do córtex pré-frontal: é ele que é capaz de processar nossos impulsos e emoções, fornecendo maior racionalidade a nossas decisões. Veja bem, emoções são úteis e fundamentais para nossa existência como humanos em sociedade, mas as emoções descontroladas favorecem a manutenção da utilização da via rápida de reação: uma pessoa reativa, impulsiva, se deixa levar pelos impulsos e emoções sem racionalizá-los e dessa forma, acaba os transformando em ansiedade e estresse.
Estudos comprovam que as pessoas que se dão um tempo para racionalizar as emoções têm a conexão entre amídala e córtex pré-frontal reforçada.

Como reforçar a conexão entre amídala e córtex pré-frontal? Como destronar a amídala e reforçar a via lenta de reação, fazendo com que nossas emoções sejam racionalizadas e sejamos menos ansiosos, estressados e impulsivos?

Respirar profundamente diminui a frequência cardíaca e a pressão arterial e baixa a concentração de cortisol, o que reforça o sistema imunológico. A respiração também influência a atenção, a memória e a maneira como gerenciamos as emoções;

Praticar atividades físicas - além de melhorar o sistema cardiovascular, da queima de calorias, da redução de gordura e da manutenção da massa muscular, também ajuda na liberação de dopamina, endorfina e serotonina que proporcionam sensação de bem-estar e felicidade;

Meditar lhe permite dominar a mente. Deixamos de entrar em loop e de viver constantemente no piloto automático.
Quando meditamos, respiramos de maneira mais pausada, diminuindo a frequência cardíaca e aumentando sua variabilidade, o que nos dá um tom vagal (estimula o nervo vago que ativa o sistema parassimpático) e induz a um estado de relaxamento, melhorando a coordenação entre o cérebro e o coração.

Alimentação saudável - o que comemos pode impactar o aumento da ansiedade - ingerir muitos açúcares, gorduras, alimentos industrializados e excesso de sal pode prejudicar a flora intestinal. Estudos comprovam que o uso de prebióticos  aumenta as bactérias do tipo Lactobacillus no intestino e atenua os níveis de cortisol. O intestino é considerado um segundo cérebro e as pessoas que possuem uma flora rica, tem menos depressão.

Sono de qualidade - passamos quase um terço da vida dormindo. O cortisol diminui durante a noite e a melatonina, conhecida como hormônio do sono, sobe. A privação do sono e nos impõe um estado de vigília intenso prejudicando o sistema cardiovascular e imunológico. A memória também sofre um déficit, uma vez que enquanto dormimos, saneamos as lembranças, integrando-as a outras já existentes fazendo com que lembremos melhor das informações mais tarde.
 
Disciplina - adquirir novos hábitos, estabelecendo novos caminhos neurais é um exercício que exige muito foco e disciplina. E não ocorre em um passe de mágica: estudos científicos revelam que um novo comportamento leva cerca de 66 dias para ser assimilado por nosso cérebro. Portanto, se quisermos uma vida com mais qualidade, menos estresse e ansiedade, a DISCIPLINA é um ingrediente imprescindível.

Por fim, lembro que o ambiente que nos cerca também influencia muito nas nossas escolhas. Se vivemos ou trabalhamos em um ambiente estressor, convivemos com pessoas abusivas e tóxicas, há uma chance muito grande de fracassarmos em nossas tentativas de alcançar uma transformação interior, de buscarmos a evolução. Segue abaixo um trecho do livro, para que possamos refletir melhor a respeito:


Espero que essa obra impacte a sua vida e te impulsione a buscar seu propósito, sua melhor versão de si.
Boa leitura!!!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

A biblioteca da meia-noite - Matt Haig

 Enquanto passava minhas compras no caixa do mercadinho da minha cidade no interior, resolvi dar uma olhada na estante de livros ao lado e me deparei com o verde fluorescente da capa do livro "A biblioteca da meia-noite" que me chamou muito a atenção.
Li o breve resumo da contracapa e resolvi comprar - não por acaso - eu precisava muito ler esse livro, só que até então não sabia disso. O Universo simplesmente me guiou até ele e eu vou resenhar a história para vocês aqui, transmitindo as minhas impressões e aprendizados.



Nora Seed era uma mulher de 35 anos que colecionava desistências e fracassos na vida, apesar de todo seu talento em várias áreas. Era exímia nadadora na adolescência, tendo vencido algumas competições. Ainda jovem, aprendeu a tocar teclado sozinha e participou de uma banda com irmão, para a qual compôs inspiradoras canções. Cursou faculdade de filosofia e amava o filósofo Henry David Thoreau, grande expoente da filosofia transcendentalista (até comprei o livro Walden de sua autoria e pretendo trazer em breve a resenha dele). 
No entanto, sua vida atual era um retrato da mediocridade. Nora trabalhava em uma loja de instrumentos musicais, estava solteira e morava sozinha com seu gato Voltaire em uma casinha de aluguel. Não tinha amigos próximos - sua melhor amiga Izzy tinha se mudado para a Austrália e elas pouco se falavam - e também não conversava com o irmão, que se revoltou com ela após o termino da banda que tinham "The Labyrinths". Seu ex-noivo, Dan, de quem ela se separou dias antes do casamento, a sondava as vezes, mais por obsessão do que por sentimento verdadeiro. Seus pais haviam falecido e os únicos contatos humanos que ainda possuía eram seu aluno de piano Leo, seu vizinho idoso, o Sr Banerjee e seu patrão, o dono da loja de música.
Então, um belo dia, após uma longa jornada de trabalho, Nora se despediu do chefe que sem titubear a demitiu, alegando que a loja andava mal das pernas e que por ser portadora de um currículo invejável, ela estava muito acomodada e deveria dar um novo rumo para sua vida.
Chegando em casa, após entornar uma garrafa de vinho, recebeu a inesperada visita de Ash. O rapaz era um médico, cliente de sua loja e havia decidido chamá-la pois encontrara se gato Voltaire morto no meio fio. A partir daí, Nora desaba em prantos e passa a se questionar a respeito do sentido de sua existência: se ela não era nem capaz de cuidar de um gato e, após acumular tantos fracassos, para o que mais serviria? 
Foi então que tomou a fatídica decisão de se suicidar.

Nora acordou em um local estranho. Sob uma névoa densa conseguiu enxergar um prédio, com um relógio marcando a meia-noite. Ao entrar no edifício se viu diante de uma biblioteca que possuía infinitos corredores e prateleiras, contendo livros verdes de todas as nuances possíveis.
Para recebê-la apareceu a Sra Elm, uma bibliotecária que a havia ajudado muito em seus tempos de escola, sobretudo quanto ao falecimento de seu pai, que tinha sido um momento muito delicado em sua vida.
Então, a Sra Elm explica o significado de Nora estar ali - em sua vida raiz, a moça estava entre a vida e a morte e, na Biblioteca da meia-noite teria a derradeira oportunidade de confrontar seus arrependimentos - através da leitura do "Livro cinza dos arrependimentos" e escolher novas possibilidades de vidas - através da leitura dos livros verdes, contendo diversas opções de caminhos a seguir com base em suas reconsiderações sobre sua vida raiz.
A saga de Nora começa e seus arrependimentos são expostos durante sua leitura do livro cinza: por que havia abandonado a natação, já que tinha potencial? Por que tinha se separado de Dan, antes do casamento? Por que tinha desistido da banda "Labyrinths" com o irmão? 
Ao escolher as vidas que gostaria de experimentar, Nora recebe o livro verde correspondente àquela existência e como num passe de mágica durante a leitura, se vê na respectiva vida. Conforme vai experimentando cada uma, assim que percebe o ressoar de uma melancolia dentro de si, de imediato volta para a biblioteca. A explicação que a Sra Elm dá para esse fenômeno é a de que Nora só permanecerá dentro da "vida" em que se sentir verdadeiramente feliz, ou seja, plenamente satisfeita com ela.
Mas isso não acontece. Vida após vida e a tristeza só cresce.
Por fim ela compreende que, no fundo, aquelas existências estavam de acordo com padrões do que os outros desejam para a vida dela: o pai queria que ela fosse nadadora olímpica, Dan queria que eles se casassem, a viagem para a Austrália era um sonho de Izzy e a banda, era um desejo de seu irmão.
Outras vidas são experienciadas, dessa vez de acordo com seus próprios padrões. Mas Nora finalmente compreende que existia um sentido mais profundo em sua vida raiz. Inconscientemente ela deseja retornar e sobreviver da tentativa de suicídio.

Não pretendo dar spoilers. Então não me aprofundarei tanto na história em si.
Mas gostaria de trazer alguns pontos para reflexão, pois essa narrativa nos desperta essa necessidade.
Nora evidentemente cresceu em uma família tóxica, com um pai narcisista, para mim isso fica claro durante a leitura. Isso contribuiu para que ela se tornasse extremamente insegura de si, sem um senso de identidade próprio. Pessoas que crescem com pais controladores tendem a ter uma autoestima muito baixa e se tornam adultos cheios de culpa e ressentimentos, sobretudo por que acreditam que vivem para atender as expectativas dos outros.
Ao longo de sua jornada na "Biblioteca da meia-noite" Nora compreende isso de maneira inconsciente e por isso retorna a sua vida raiz, pois enfim entende que há um sentido maior nela, afinal além de ser um ser humano empático, suas pequenas atitudes do dia-a-dia reverberam nas vidas das pessoas simples de seu convívio e contribuem de maneira positiva para elas.
Conclui então que, tanto faz ser uma campeã olímpica, uma estrela do rock, ou uma funcionária de loja de discos, o que importa no final é o bem que fazemos para o próximo e o impacto que tantas pequenas ações gera na sociedade.
Filhos de narcisistas sofrem com as expectativas grandiosas dos pais, e quando não as atingem se sentem extremamente frustrados, como se não tivessem o direito de viver. 

Refletir é necessário!

Boa leitura!!!

O milagre da manhã - Hal Elrod

  Mais uma obra que nos estimula a mergulhar nas profundidades do nosso ser: "O milagre da manhã" foi escrito por Hal Elrod, após ...