Mais uma grata surpresa, encontrada em uma lojinha de livros em promoção no shopping center. A gente pensa que não vai encontrar nada de tão bom ali, no meio daquele monte de histórias rejeitadas pelos leitores... Mas eu garimpei essa pérola.
Gerald Messadié é um jornalista francês muito interessado em civilizações antigas, como a egípcia, bem como nas Escrituras Sagradas. Com base em anos de pesquisa resolveu escrever esse romance inspirado no Êxodo bíblico (a fuga do povo hebreu do Antigo Egito). Como cristã, foi um prazer imenso encontrar nessa obra - mesmo que seja ficcional - verdades que ressoam com minhas crenças.
Segue abaixo a resenha do livro. Espero ardentemente que assim como eu você o leia - de mente aberta e coração receptivo - e seja arrebatado pela leitura, como eu fui!
Moisés, nessa obra, é o filho bastardo da princesa egípcia Nezmet com um escravo apiru (denominação que os egípcios davam aos hebreus). Como tal, não pôde assumir funções nobres como o sacerdócio, nem tampouco como militar. O príncipe é então designado para a função de fiscal de obras no abandonado Baixo Egito, onde entra em contato com o povo de seu pai e conhece o velho sacerdote egípcio Nesaton, do templo de Aton, já desprestigiado pela descrença daquela geração nesse deus em específico.
Nesaton é acolhido por Moisés em sua casa e em gratidão, inicia o príncipe nas "artes mágicas" egípcias, como a meditação e a contemplação. A prática constante dessas atividades o tornam mais equilibrado e assertivo em suas funções como fiscal e líder nos campos de obras.
Durante essas meditações, Moisés passa a enxergar uma luz - que surge cada vez mais intensa conforme ele vai se aperfeiçoando no processo. Seu progresso contínuo nas artes mágicas ocorre em paralelo a sua aproximação com o povo apiru e o aprendizado sobre seu Deus único e suas tradições, com as quais Moisés se identifica profundamente.
Mas infelizmente, toda essa trajetória de crescimento espiritual é bruscamente interrompida por um fato trágico, ocorrido em um campo de obras. Moisés presencia um contramestre egípcio agredindo covardemente um escravo hebreu e parte em sua defesa. É igualmente agredido de forma violenta e no ímpeto de se defender, mata o contramestre. Desesperado com as possíveis consequências de seu ato, ele foge pouco tempo depois para o deserto, seguindo sem rumo.
Durante suas andanças, conhece muita gente em muitos povoados, aprende novas línguas e também aprende sobre as culturas dos povos daquela região. Então, ao chegar no povoado do patriarca Jetro, acaba permanecendo lá e se casa com a filha dele - Séfora.
O tempo passa e mesmo estando casado e tendo sua própria família, Moisés não se esquece de suas origens. Aquele desejo ardente por reencontrar seu povo e libertá-los da escravidão é algo que pulsa em seu ser.
Então, um dia durante uma caminhada no deserto, ele sente um chamado e tem uma visão avassaladora: avista uma sarça ardendo em chamas. Mas as chamas não consumiam o arbusto. A partir desse momento, uma voz com a de uma trombeta ressoa nos ouvidos de Moisés e ele se ajoelha. Tudo passa a tremer e a voz potente fala: EU SOU Aquele que SOU, diga ao meu povo que Eu o libertarei, através de você.
De volta ao povoado de Madiã, Moisés passa dias pensando no ocorrido, questionando-se incessantemente sobre como ia cumprir aquela missão. Quando decide se desapegar do assunto, eis que surge seu irmão Arão, que após buscar por notícias de Moisés durante anos, finalmente o encontra.
Então, através de Arão, Moisés passa a se comunicar com seu povo e a escrever cartas ao faraó Ramsés, pedindo a libertação dos hebreus da escravidão. A relutância de Ramsés só é vencida, após a sequência de pragas que assolam o Egito e que os egípcios atribuem a ação dos apirus.
Então, Moisés retorna ao Egito - para os braços de seu povo- e assim termina o primeiro volume dessa obra.
Sim, são dois volumes! E assim que eu ler o segundo, trago a resenha para vocês.
Esse livro lhe renderá boas horas de lazer e também de reflexões profundas sobre o verdadeiro significado de SER LIVRE!