quinta-feira, 29 de junho de 2023

As cinco feridas emocionais - Lise Bourbeau - Ferida da REJEIÇÃO

Lise Bourbeau é uma filósofa americana que foi discípula de Barry Walker, um estudioso de Freud. Como sabemos, Freud foi o "descobridor" do inconsciente e ousou afirmar  que a esfera física tem um elo com as dimensões mental e emocional do ser humano.
Com base em seus estudos metafísicos, Lise escreveu o livro "As cinco feridas emocionais" e através dele nos conduz a senda do autoconhecimento, descrevendo cada uma das feridas que nossa criança interior pode sofrer durante a infância (sobretudo em ambientes tóxicos e abusivos) bem como as máscaras que usamos para camuflá-las durante a vida. Essas feridas não só moldam nosso comportamento e nossa personalidade, mas também nosso aspecto físico, tanto com relação a aparência quanto com relação as doenças que podemos vir a desenvolver.




Criação das feridas e das máscaras: 
Quando nascemos, sabemos que a razão para estarmos encarnados é sermos nós mesmos, é expressarmos nossa essência divina - que é pura luz - em meio a esse plano material.
Entretanto, quando vivemos experiências que nos impedem de exteriorizar esse Eu, situações essas que nos tolhem a alegria de viver, desenvolvemos feridas emocionais que de acordo com a autora podem ser cinco: a ferida da rejeição, do abandono, da humilhação, da traição e da injustiça.
Quando temos dificuldade para aceitar essas experiências negativas (que fique claro - aceitar não é concordar) passamos a mascarar nossas feridas ocultando-as dos outros através de padrões de comportamento ou máscaras, que são: no caso da rejeição, a máscara do escapismo; do abandono, a da dependência; da humilhação, a do masoquismo; da traição, a do controlador; e por fim, da injustiça, a da rigidez.
Tudo que nós vivemos na não aceitação tem a tendência de se repetir em nossas vidas e se acumular energeticamente ao nível da alma (de nossas memórias). Portanto, curar as velhas feridas através de um processo de encará-las exige muita coragem. Porém para ajudar-nos nessa missão, podemos contar com nosso Eu Superior - que é Deus que habita em nós - e nos guia pelo caminho de aprendizados que nos conduzirá a cura.
Cabe ressaltar que podemos possuir mais de uma ferida, porém uma delas sempre será maior e mais prevalecente em nós. Constatamos isso através da observação de nosso corpo físico - nossa aparência e problemas de saúde, que tem origem nas feridas de nossa alma - que são nossas crenças limitantes.

Nessa resenha vamos falar especificamente da ferida da REJEIÇÃO:

Rejeitar significa repelir, recusar, não acolher, não assimilar. A rejeição é uma ferida muito profunda, pois aquele que é rejeitado sente-se tolhido de seu direito de existir. Podemos tomar como exemplo o bebê não desejado (quantos de nós fomos!) aquele que chega "por acidente". A partir do instante que se sente rejeitado, ele passa a fabricar uma máscara, a do escapista, que será sua nova personalidade, aquela desenvolvida para evitar a rejeição.
O escapista desenvolverá um corpo físico que parece querer desaparecer: estreito, contraído, magro. Sua aparência pode parecer fragmentada - um lado do corpo maior que o outro com partes parecendo infantis. Um corpo que parece duvidar de seu direito de existir, de se desenvolver como humano. Os olhos podem ser rodeados por olheiras profundas que servem como máscaras, pois ele pretende passar a vida se escondendo, se refugiando em seu mundo interior e seus devaneios. Pode apresentar problemas de pele e sendo um órgão de contato, a doença de pele pode evitar que outras pessoas se aproximem demais.
Crianças superprotegidas também podem se sentir rejeitadas, pois creem que não são aceitas pelo que são. Suas capacidades são subestimadas a medida que os seus genitores passam a fazer e pensar tudo por elas. Resultado: a criança se sente rejeitada em suas capacidades.
Segundo Lise, a ferida da rejeição é vivida com o genitor do mesmo sexo. Não aceitar aquele de seus pais que tem o mesmo sexo que o seu, explica suas dificuldades em se aceitar e se amar.
Filhos de pais narcisistas costumam apresentar essa ferida, pois são constantemente tratados como lixo, como derrotados. Por isso se afastam dos genitores, literalmente somem. Procuram não se expor, não se envolver tanto em relacionamentos, por medo de sofrer nova rejeição. 
Pelos motivos listados acima, o escapista vive na ambiguidade. Quando é escolhido por algo ou por alguém, não acredita e rejeita a si próprio sabotando a situação. Quando não é selecionado, sente-se rejeitado pelos outros.
Somatizamos o sentimento de rejeição em nosso corpo através das características de nossa aparência, bem como por meio das doenças que manifestamos ao longo dos anos: distúrbios alimentares como anorexia - o escapista inconscientemente come pouco, pois deseja desparecer; câncer - a ferida da rejeição causa tanto mal que é completamente normal para um escapista odiar seu genitor do mesmo sexo. Por outro lado, ele se ressente disso. Enquanto o escapista não se der ao direito de odiar esse pai ou mãe, ele pode desenvolver o câncer, uma vez que a mágoa ou o rancor decorrente de uma dor vivida no isolamento somatizam-se na forma de neoplasias; alergias e doenças autoimunes- a rejeição se manifesta por intermédio da ação de um sistema imunológico hiperreativo, que faz com que o corpo se autoflagele; depressão: outra doença relacionada ao ódio que o rejeitado nutre pelo genitor, essa raiva consome todas suas energias deprimindo seu sistema nervoso e por fim, psicose: o escapista quando jovem, tem dificuldade de reconhecer seu valor e tende a tentar ser igual a outra pessoa, ou seja, ele se dilui na personalidade de alguém que admira. O perigo desse tipo de comportamento é que mais tarde, pode se transformar em psicose.

Como curar a ferida da rejeição:
No quesito "formas de superar a ferida", o livro de Lise deixa um pouco a desejar.
Porém, algumas inferências podem ser extraídas da obra: primeiramente precisamos reconhecer que possuímos a ferida da rejeição, depois devemos aceitar a experiência, lembrando que aceitar que passamos por algo não significa que concordamos com o comportamento genitor que nos causou essa injúria. Permitir-se sentir raiva, mágoa e outros sentimentos com relação a nosso genitores também é fundamental, pois reconhecer os sentimentos nos permitirá limpá-los posteriormente. Por fim, perdoarmo-nos por nutrir tais emoções negativas é importantíssimo no processo, uma vez que na realidade, tudo que desejávamos no fundo era simplesmente ser amados por nossos pais.
O perdão aos genitores é um tema mais sensível e profundo. Filhos de pais narcisistas e sociopatas que sofreram com a falta de conexão afetiva, o desamparo aprendido, a falta de empatia e os abusos físicos e psicológicos perpetrados por estes, necessitam de um apoio psicológico profissional. Nesses casos a leitura do livro colaborará para o seu processo de expansão de consciência e autoconhecimento, mas a cura, será um processo mais complexo.
Eu adotei a prática do ho'oponopono para limpeza de memórias negativas e essa ferramenta tem proporcionado resultados maravilhosos em minha vida, portanto recomendo.

Finalizando, gostaria de lembrar que ainda há quatro feridas a serem explanadas. Voltaremos um breve com a resenha sobre a ferida do Abandono, e não, abandono não é o mesmo que rejeição, mas explico melhor depois!
Até a próxima!

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